Nesta época festiva em que os sentimentos da partilha, da fraternidade, da tolerância e dos afetos que mais prevalecem, aliados ao encontro familiar mas também para aqueles que mais precisam de apoio (material e afetivo) resolvi escrever ao pai natal, figura simbólica deste tempo de magia, em que a figura do Deus menino nos convida a sermos mais humanos.
Este ano porém, pedi ao pai natal que me levasse uma carta ao senhor Presidente do Governo Regional dos Açores, Doutor José Manuel Bolieiro:
«Caro presidente, vamos esquecer aquele pai natal dos carrinhos, das bonecas, das guloseimas, daqui que satisfazia (e satisfaz) a alma, logo a alegria de muitas crianças açorianas.
Vamos focar-nos neste percurso Autonómico de décadas que pese embora alguns «laivos de centralismo» sempre soube encontrar soluções e uma vida melhor para os açorianos.
Hoje o meu pedido e conhecendo-o (de há muitos anos) como um homem de grande autenticidade, honesto, firme e defensor da Autonomia dos Açores, uma Autonomia harmónica que entenda cada uma e todas as parcelas açorianas, e de que pese todos os milhões oriundos da comunidade europeia, os Açores não podem, não devem (para vergonha de todos nós) ter casas de habitação (poucas talvez, mas existentes) onde não há água potável, luz e quartos de banho.
Não se admite que em pleno século vinte e um, tal aconteça, e nesta que todos adoramos e queremos ver cada vez mais desenvolvida, estes focos de pobreza a todos nos devem envergonhar e fazer pensar, porque nessas habitações vive gente com o mesmo sangue, com filhos, talvez netos, que são tão humanos como os nossos e que felizmente não tem esses mesmos constrangimentos.
Senhor Presidente tome este pedido (neste caso, não ao pai natal de trenó e renas) como sendo aquela atitude de um sonho , que afinal é tão fácil de realizar que muitos pais e mães gostariam de ver no sapatinho.
Termino senhor Presidente, desejando-lhe um Feliz Natal e que o Deus menino nascido em Belém lhe transfira para Santana coragem, bom senso e arrojo para aguentar esse conjunto de personalidades, ideias mas centrado nesse objetivo de irmos em frente, garantindo o progresso dos Açores. Mas um progresso feito de ideias plurais, de gente feliz por dizer o que sente, sem arrogância de auto iluminados, afilhados e compadres de há pouco tempo atrás onde a Democracia já não era tão real mas antes o do fazer de conta.
Votos de que sempre e em favor dos Açorianos, encontre coragem, ousadia e determinação para irmos em frente e sermos nestes nove rochedos emergentes do atlântico norte, gente com alma grande e solidariedade firme.
Finalmente votos de Santo Natal e Feliz Ano Novo para todos os Açorianos e para a nossa Diáspora.
