O inhame de água representa quer em termos históricos, quer como cultura tradicional e representativa da nossa ilha (direi: das nossas fajãs) um produto que merece ser defendido e apoiado para se poder promover o aumento da sua plantação, cultivo, apanha e respetivo encaminhamento para os consumidores, quer sejam das ilhas dos Açores, quer sejam do continente português.
O inhame é claramente um produto biológico, dado que na sua cadeia de crescimento não necessita de qualquer tratamento fitossanitário, bastando a água que corre livremente nas encostas das nossas fajãs sejam elas dos Vimes, da Ribeira da Areia, do Ouvidor, enfim provavelmente na maioria das encostas da nossa ilha onde exista uma corrente de água permanente.
Antes que outros “se cheguem à frente “na criação de uma marca ou denominação de origem, cabe a nós jorgenses através dos deputados eleitos pela ilha apresentar na Assembleia Regional e ou ao Governo Regional, os argumentos necessários para a proteção e promoção deste produto tão peculiar e representativo da nossa ilha, repito, em termos de culinária e da nossa própria história.
No tocante ao café, igualmente urge fazer o mesmo, não há ilha que tenha tanta tradição na produção do café (exemplo família Nunes, na Fajã dos Vimes) como São Jorge, mas outros e dentro da liberdade de ação da iniciativa privada, vão acreditando este produto (exemplo: Ilha Terceira) e os jorgenses ficam assim uma vez mais perdendo referências agrícolas, que são ancestrais e que marcam balizas importantes da nossa cultura.
Outro produto (a exemplo do que se faz na Graciosa com as queijadas) a merecer a atenção dos nossos representantes tem a ver com o procurar criar um instrumento jurídico que preserve as Espécies como doce tradicional e emblemático da nossa ilha.
Quanto às amêijoas, (já tentaram criá-la em noutras ilhas) igualmente é um produto muito marcante e único de São Jorge, uma referência importante para a nossa gastronomia de elevada qualidade e que urge potenciar em benefício da nossa ilha.
Num tempo em que o verde, o biológico e o natural são vetores importantes numa alimentação saudável e moderna, São Jorge deve com clareza e urgência defender e valorizar o que é seu.
Na discussão de um novo instrumento de apoio comunitário certamente se encontram apoios financeiros para se concretizar estes desideratos.
Cabe assim aos deputados eleitos pelo círculo eleitoral de São Jorge, unirem-se na defesa deste objetivo, certamente importante para a economia da nossa ilha que bem precisa de novas fontes de financiamento, sem que (a referida união) em nada interfira com as cores políticas de cada qual.
A ideia aqui fica, certamente outros poderão juntar novos contributos, mas o essencial é fazer algo de concreto.
