A Deputada do CDS-PP Catarina Cabeceiras afirmou, esta quarta-feira, que o “PS e o Governo têm de prometer menos e cumprir mais” os investimentos previstos para a Ilha de São Jorge, considerando que os jorgenses estão cansados de “todos os anos, no Plano e Orçamento, serem atribuídos milhões à ilha”, mas, “no final, uma boa parte desses milhões não são executados”.
Numa intervenção no âmbito do debate sobre as propostas de Plano e Orçamento da Região para 2017, Catarina Cabeceiras lamentou o nível de incumprimento socialista relativamente a muitas das suas promessas para com a população da ilha que a elegeu, frisando que os documentos do Governo “são muitas páginas, números e milhões”, mas “muitas das promessas e até alguns dos procedimentos que se irão iniciar ou que já se iniciaram vão ficando por cumprir, e os Jorgenses vão vendo passar os dias, os meses, os anos e até as legislaturas, com pouco que contribua para inverter as tendências de êxodo e desertificação”.
Ironizando, a Deputada do CDS-PP lembrou o dito popular: “O café e a fé é que nos salvam”. Reconhecendo a realização de alguns investimentos importantes, “como as Escolas Básicas e Secundárias, a Igreja das Manadas ou o Porto Comercial de São Jorge”, Catarina Cabeceiras consegue, porém, enumerar um leque maior de concretizações por realizar.
“Outros compromissos vão se perpetuando no tempo: A eletrificação da Fajã de Santo Cristo, que até, bem recentemente tinha uma verba alocada de 75.000.00€, para além do compromisso do ex-Diretor Regional da Energia, de que ficaria definitivamente instalada até o final do ano de 2016; não está feita e não tem verba no Plano para 2017; O melhoramento e ampliação do entreposto frigorífico das Velas, que, agora, segundo o Senhor Secretário Regional, é que vai ser! A construção do núcleo de recreio náutico da Calheta é que não teve grande sorte; ficou perdida no meio de tanto papel; Assim como o Matadouro da Ilha de São Jorge, um dos matadouros que mais cresceu, em 2016, em número de animais abatidos (43%)., que é um dos matadouros mais antigos da Região (começou a laborar em 1990) e os Jorgenses têm de se satisfazer com ligeiros melhoramentos que se foram fazendo. As promessas da sala de desmancha nunca concretizadas, são bem demostrativas do claro desrespeito pelos produtores de carne de São Jorge”.
Aliás, na agricultura, diz a parlamentar popular, “continua o setor leiteiro a atravessar uma das suas maiores crises. Os produtores de leite não sabem a que estratégias recorrer para diminuir a produção, como lhes é pedido, conseguindo ao mesmo tempo obter o rendimento necessário para manter a sustentabilidade das suas empresas. Sabemos que atravessamos tempos desafiantes e exigentes, mas os agricultores precisam de um sinal claro de esperança e confiança”.
Por outro lado, prosseguiu, “o Plano Integrado de Desenvolvimento das Fajãs da Ilha de São Jorge, proposta do CDS-PP aprovada por esta Assembleia, desapareceu do Plano sem que nada fosse feito. A novel Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo diz que ficará para 2018. Ora, mas que bem! Faz todo o sentido, pois se, já no ano passado, as fajãs foram classificadas pela UNESCO como Reserva da Biosfera, numa região em que a aposta é num turismo de natureza, numa ilha é que as fajãs são, sem dúvida, uma mais valia, num setor em crescimento e ainda com um grande potencial, claramente que faz todo o sentido esperar para 2018 para fazer qualquer coisa”.
“Não basta publicitar, é necessário cumprir”
Apesar dos investimentos previstos e não concretizados já referidos, Catarina Cabeceiras diz que existem promessas e projetos para a ilha que já deixam as pessoas “boquiabertos”, destacando “o Porto do Topo, uma promessa da Governação Socialista que remonta a 2005, e que, em 2009, já tinha projeto e… olhem que ainda não é desta! O Tribunal de Contas recusou o visto à obra, dadas as incongruências no processo concursal. Pelo meio vários Secretários, vários projetos, vários milhões gastos em papel e obra… nada! Uma certeza absoluta este Plano de Investimento dá aos Jorgenses: ainda não vai ser em 2017 que esta obra arrancará, pois a verba que lhe está alocada é de apenas uns ténues 100.000€”.
Ainda em obras marítimas, a Deputada democrata-cristã lembrou “a construção da rampa Ro-Ro no Porto da Calheta, promessa antiga, sobrevive neste plano de intenções com uns simbólicos 200.000€, quando noutro documento estruturante do Governo (a Carta Regional das Obras Públicas) se diz que custará 600 mil euros”.
Estes exemplos, criticou, “mostram bem o respeito que o PS e o seu Governo têm para com a população da Ilha de São Jorge”
Catarina Cabeceiras diz continuar a ter “fé de que os investimentos prometidos e anunciados, superiores a 2,5 milhões de euros, nos centros de saúde de São Jorge vejam a luz do dia ainda este ano”, criticando a postura socialista de “todos os anos, no Plano e Orçamento, serem atribuídos milhões em investimentos à ilha de São Jorge”, mas, “no final, os Jorgenses confirmam que uma boa parte dos milhões não são executados. Não basta publicitar e anunciar para ser notícia; é necessário cumprir”.
GPCDS-PP / Mark Marques | Info-Fajãs
15.03.2017
